segunda-feira, 21 de abril de 2014

Mundo Vitam

 Nós, nós somos aquele novo tipo de pessoa. Nós buscamos muito além do superficial; Queimamos oferendas para a Vida, na esperança de que em troca Ela nos mostre onde está o portal que conecta o mundo, com o nosso mundo. Veneramos a flor que enfeita as bordas desse portal, e também a sua estrada. 

 Nossos olhos se fecharam e o portal se abriu. O caminho é pavimentado com tijolinhos de outro e rejunte de cristais água-marinha, nas redondezas podemos perceber trepadeiras. Tais trepadeiras se encontram cada vez mais adentrando o caminho de tijolinhos de ouro e cristais água-marinha, até que se tornam capazes de nos tocar. No momento em que isso acontece, temos nossos músculos paralisados, ficamos congelados, porém sempre aquecidos; E ali permanecemos até que nossos olhos cedem e acabam por se abrir. Em seguida somos guiados através de uma floresta, com os olhos abertos, e encontramos duendes em meio a neblina que nos cerca. Eles brincam entre si enquanto fumam seus cachimbos, e demonstram grande compaixão pelo nosso grupo. Nos dizem que estamos ali porque fazemos parte disso, somos o verde que o mundo tenta tornar marrom. Somos naturalmente impulsionados a segui-los até que nos digam onde devemos permanecer. Então a floresta sorri, nos deseja boa sorte, e se abre, revelando uma linda praia logo a sua frente.

 O Astro-Rei está regendo outros povos, estamos nesse momento sob o poder da Lua. Ela nos diz com voz suave que devemos nos entregar e esquecer tudo o que sabíamos até aqui, porque nesse momento as nossas vidas serão mudadas pela Liberdade Cósmica. Com o seu halo lunar, nos orienta a contemplar a imensidão do Cosmos, e nos ensina a amar o fato de sermos energicamente conectados com tudo isso.

 Nos aproximamos do mar, encontramos pranchas a nossa espera na beira da areia transparente, composta por pequenos diamantes que refletem de forma gloriosa os ensinamentos da Lua. Somos como surfistas da mente que deslizam alucinadamente pelas dobras do mar cerebral. Dividimos espaço com tubarões, peixes-leão, águas-vivas e sereias nessa insana aventura, que busca nada além da adrenalina de explorar esse oceano interno e inexplorado que todos carregamos. 

 Netuno também nos saúda acompanhado de sua cavalaria, e nos orienta a nos entregarmos aos seus poderes. Diz que dará ordem às ondas, para que elas nos guiem através dessa viagem. 

 As ondas não param de crescer, e isso é perfeito. A onda não oferece risco, porque esse mundo é real, e aqui o perigo não adentra. Cada vez que entramos em um funil de onda-cósmico-cerebral, nos perdemos divinamente dentro de um labirinto que parece nos guiar para dentro da gente. 

 Insistimos em deixar as ondas quebrarem bem em cima de nossas cabeças, e assim, trituramos pensamentos que encontravam-se empedrados. Rachamos ossos que não eram nossos e limitavam nossos movimentos. Soltamos as amarras que prendiam nossos sorrisos, e então, começamos a dialogar sinceramente com Ela.

 O processo é tão suave que não percebemos o seu fim. Vivemos um incrível degradê na nossa experiência existencial, degradê esse que nos confunde a todo momento, fazendo-nos confundir os mundos e impedindo-nos de voltar ao antigo estado de ignorância.

 Nosso grupo é abençoado; Somos aqueles que tiveram suas mentes destrancadas, fizemos amizade com seres míticos, tivemos nossos olhos abertos para as possibilidades do mundo. Para nos mostrar que somos livres agora, e donos da nossa liberdade, os duendes nos presentearam com coroas; Não de espinhos, nem ouro, mas de flores. 

terça-feira, 8 de abril de 2014

Eu estou nu, mas coberto de razão.

 Essa campanha faz parte do trabalho de um fotógrafo que é um grande amigo meu. Ela foi idealizada para dar voz às pessoas que um dia foram exploradas e/ou abusadas sexualmente e tiveram suas bocas tapadas pelo medo e a vergonha de dizer a verdade.
 Não são imagens, são um grito por liberdade sexual e social; São um golpe a mais nessa guerra pelo direito de tomar posse do próprio corpo.







 Clique AQUI e acompanhe o projeto.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

500 tipos de Teorias

 Ontem me manifestei publicamente ao assistir o filme "500 Days of Summer", e me surpreendi com a quantidade de pessoas que disseram se identificar com um dos personagens do filme, o Tom.

 Tom é um jovem homem romântico por natureza que acaba conhecendo uma mulher: Summer. Mulher essa que não corresponde às suas expectativas amorosas, e ao contrário dele, não é do tipo que vive essa procura frenética pela outra metade da sua laranja. O filme narra o desenrolar desse "relacionamento" (ou acontecimento, que seja) no decorrer de 500 dias, e mostra que no final das contas, tudo o que Tom fez foi alimentar e fazer crescer um sentimento que acabou o matando por dentro.

 Sabe o que eu acho curioso? Existem milhares de Toms pelo mundo, Toms homens, Toms mulheres, então por que não se juntam? Por que não procuram outras pessoas que compartilham com eles essa necessidade de estar junto e acabam de vez com esse problema?

 Deve ser parte da natureza humana essa atração quase sadomasoquista por aquilo que não se pode ter, ou que não se deve ter, ou que não quer ser seu... vai entender! Parece que Toms foram programados para não cansar de se machucar. Uma coisa boa tem aí: Toms não perdem a esperança, são pessoas que renovam as suas energias com facilidade e logo após uma desilusão, já abrem novamente seus olhos às possibilidades do mundo.

 Daria para passar a semana aqui desenvolvendo 500 tipos de teorias para explicar esse fenômeno quase místico que impulsiona homens e mulheres a levantar da cama cada dia a procura do que a vida separou para ele. Mas acho que a resposta final é que todo Tom, na verdade, procura por um(ou uma) Summer.