domingo, 4 de maio de 2014

Kriptonita Reversa

 O corpo pede comida, a alma pede arte. Me considero um homem de sorte por ter reconhecido e valorizado tal epifania a tempo. Talvez se não o tivesse feito, nos dias de hoje, eu poderia ser apenas mais um corpo zumbificado que vaga em rumo ao abismo estabelecido no final da jornada

 Graças a luz, me tornei um ser vivente, antes mesmo de me tornar um ser pensante. Aprendi a viver e a me alimentar daquilo que me traz vida antes de pensar sobre o sabor daquilo que estava ingerindo.

 A mudança de dieta é complexa e traz consigo diversos fatores que buscam avaliar o seu merecimento, para só depois permitir que você desfrute da energia vital oferecida pela luz. Não são todos que conseguem suportar.

 Algumas pessoas não conseguem absorver aquilo que tentam consumir; Por isso, me sinto feliz por ser capaz de digerir com maestria toda essa variedade de alimentos. Muitos me parecem pouco atraentes, alguns descem dilacerando tudo o que encontram pela frente, certos tipos são amargos e deixam feridas na boca, outros permanecem suaves como água fresca.

 A minha alma grita a cada segundo por referências que me façam sentir satisfeito com a vida. Me tornei totalmente dependente dessa essência que penetra o meu eu e me faz sair da zona de conforto.

 É esse o segredo para uma caminhada imponente no mundo dos covardes. Se eu quero ser um herói pra mim mesmo, preciso me alimentar como tal, e me afastar de tudo aquilo que enfraquece a alma.

 A arte é o que me mantém em movimento a cada dia. É o que me faz ter forças pra lutar contra o óbvio. É o que se mistura ao meu sangue e sara as minhas feridas. É o que escorre com o meu suor e reabre as feridas para me lembrar de onde eu vim. É o que sacia a minha alma, e é o que me faz ter mais fome a cada dia.