segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Desentortei meu papo

 A depressão é como se fosse uma banheira coberta com uma lona, algumas pessoas tem suas banheiras cobertas com lonas fortes e bem amarradas, que aguentam bem o peso das coisas da vida sem ceder. Nós que temos depressão somos o contrário; O peso do mundo se acumula no centro da lona, e com o tempo(ou muito rapidamente, dependendo do caso), as cordas que prendem a extremidade da lona começam a ceder, e assim a lona começa a criar uma concavidade(criando assim uma "depressão"), adentrando o espaço da banheira - que é nada além de nós mesmos - e diminuindo gradativamente o espaço interno, encurralando quem ali habita.

 Não importa o quão ampla é a sua visão de mundo, uma crise provavelmente fará o menor contratempo se tornar o problema mais crucial da sua existência. Quanto menor o espaço, maior a crise; Quanto menor o espaço, maiores os problemas parecem. Além de tudo, o progresso da limitação espacial também nos impossibilita de fazer certos movimentos e explorar muitas áreas de nós mesmos.

 De tempos em tempos as coisas simplesmente mudam, a tensão na superfície da lona diminui e ela começa a retroceder, abrindo o espaço interno e permitindo que nós possamos nos locomover na nossa própria mente. Esse é o momento no qual experienciamos a vida na sua forma mais alva.

 É desesperador, assumo, conviver com a certeza de que a lona um dia voltará a baixar, mas não há outra forma de viver; Inclusive, esse é o motivo pelo qual muitos portadores dessa doença optam pela interrupção dos batimentos cardíacos. Não são todos que vêem alguma beleza em viver uma vida acometida por recorrentes e incessantes crises. Mas essa não é a melhor escolha, e eu vou lhe dizer o por quê: Todos possuem revezes na vida, e esse é apenas mais um. Sei bem o quão difícil é lidar com isso quando a nossa lona está sobrecarregada e quase rompendo o próprio tecido, mas acredite, sempre há como olhar acima disso. Cada pessoa cria uma forma de lidar com essa situação, eu descobri que devo me lembrar de que talvez as coisas estejam tão ruins apenas por causa de mais uma crise. Isso não é deslegitimar a dor, é exercitar uma forma de conviver com ela. 

 Suportar não é a única forma de viver, podemos também produzir. Encontrei na arte a liberdade que eu tanto precisava. Não me prendo a um nome dado para definir a minha arte. Por que dar nomes aos bois se podemos chamar todos de "meu"? E além disso, é muito mais interessante desfrutar de experiências diversas, de formas que poucos ousaram apreciar. 

 A arte é, definitivamente, a minha válvula de segurança para a vida. Fui abençoado pelo acaso e nasci com um coração quente o suficiente para me manter vivo e ainda tentar aquecer quem me rodeia. A depressão é dolorida, mas ela pode ser mais o que você quiser. Um artista usa da matéria-prima que a vida disponibiliza para respirar, e se a vida te deu dor, coração, pinte com ela. 

Paz, amor e vida!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

eusoufeitodeamor


"eu fui feito para o amor, eu preciso ser amado;
eu sou todo feito de amor;

perco minha sanidade na noite quântica que são todas as noites,
em vão tentando compreender o enlace,
em vão tentando ser único e suficiente,
e perco minhas forças na ausência,
enquanto me atiro aos ventos frios na costa da barra da tijuca,
jaqueta em punhos,
pintando o mar com o mijo da cerveja que comprei mais cedo, te busco


mas foges da opressora presença da plenitude,
se lançando em conversas vazias, de amizades incompletas na areia, é uma festa:
há música, e luzes, e risos, e vibe, e sonhos à vista do mar
e bebida suficiente pra todos vomitarem duas ou três vezes suas alegrias

mas tudo o que eu quero é amor e silêncio,
nesse bairro repleto de pessoas,
cheio de enganações e coisas que eu não posso sentir,
eu me quebro;
fraquejo em autossuficiência, eu preciso do outro, eu preciso sentir
eu preciso me sentir amado, eu preciso sentir que amei
como nunca antes se amou

mas sou insuficiente até em perceber a minha insuficiência
e quando somes, ó amor, a quem procurarei?
a quem entregarei minha calma e minha cama,
a quem entregarei minha luta?
quem governará meu ego partido, quem viverá num edifício vazio?

eu fui feito para o amor, eu preciso ser amado;
eu sou todo feito de amor."

Tadeu
Poema que resgatei(e me resgatou) do chão no 4° Sarau Nefelista.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Posso


Eu poderia pôr em ordem alfabética todas as coisas que me fazem não conseguir parar de pensar em você.
Eu poderia criar teorias matemáticas para explicar a certeza que o universo me dá de que é você quem eu amo.
Eu poderia passar horas tentando explicar pro mundo o motivo de eu não querer mais ninguém além de você.
Eu poderia te fazer lembrar de todos os momentos em que você me encantou simplesmente por ser você; Porque eu lembro.
Eu poderia fazer qualquer loucura que me pedisse pra te mostrar como eu reconheço e me arrependo dos meus erros.
Eu poderia te olhar nos olhos agora e te dizer, como eu nunca disse pra ninguém, que você me fez acreditar no amor divino.
Eu poderia te confessar o meu ciúme doentio quando penso na hipótese de outro homem tocando a sua pele e o seu coração.
Eu poderia fingir que não me importo quando sinto a sua falta e sou obrigado a controlar a minha vontade de te procurar.
Eu poderia tentar me convencer de que nós somos só mais um caso de casal que nunca casou e não se importa com isso.
Eu poderia ouvir os meus amigos quando me dizem pra te esquecer e tentam me mostrar que você não vale mais a pena.
Eu poderia me fazer acreditar que um dia eu vou te encontrar na rua e não vou sentir esse aperto no peito que me mata quando eu te vejo.
Eu poderia te escrever um lindo texto pra tentar fazer você ficar comigo, mas eu não sei escrever lindos textos.
Eu poderia dormir de novo naquela praça esperando uma chance de te mostrar o quanto eu te quero.
Eu poderia, mas não posso.

domingo, 26 de outubro de 2014

Memórias


"Destruição é uma forma de criação", é o que diz essa aparentemente vaga frase, mas que se instalou como um parasita no meu acervo de consolos instantâneos.

Sinto falta de coisas que não sei se vivi, ou se as criei para conseguir seguir em frente acreditando, e fingindo acreditar, que tudo isso valerá a pena.

Não estou falando de forma figurativa; Eu realmente perdi a habilidade de discernir memórias e vontades. Não sei mais o que poderia ser, e o que foi.

O desespero não me atinge porque talvez eu saiba o que está acontecendo. As circunstâncias criaram um ambiente avassalador, que me fez desassociar de tudo o que me faz mal, e que foi me destruindo aos poucos. 

Não havia contemplado antes com tamanha nitidez o quão possível é a coexistência de duas forças opostas. A pele descamada se desprende para dar lugar a um tecido saudável, cinzas de árvores queimadas são um nutriente para o crescimento de novas árvores, a vida que destruiu o indivíduo que eu fui, sempre esteve construindo outro.

É inevitável, algumas pessoas estão condenadas a viver de uma forma pouco comum. Uns enlouquecem, outros tentam entender os sintomas, eu encontrei a paz que eu precisava para seguir o meu caminho.

Não sei se pela sorte ou pelo acaso, mas percebo que sou um dos escolhidos. Já tive medo disso, as primeiras impressões foram assustadoras; Mas não vejo mais pejoratividade na minha realidade. A cada dia me convenço de que não sou um réu, sou um rei.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Mergulho Vertical

 Tenho procurado em pessoas uma profundidade que me caiba, mas quase nunca acho. Preciso de alguém que me deixe entrar, e que me comporte de uma forma que não me esmague os dedos nem os cotovelos. A única coisa recorrente nesse cenário é o vislumbre de boas pessoas, porém rasas.

 Rasas demais pra abrigar as minhas ideias; Rasas demais para abrigar as minhas inseguranças; Rasas demais para satisfazer a minha necessidade por espaço; Rasas demais para compreender o meu espírito cigano. Rasas demais para armazenar tudo o que é necessário para me fazer ficar.

 É desesperador, admito, pensar em viver em um mundo feito de poças; Um lugar onde não podemos mergulhar em nada quando a realidade chega intensa demais e nos queima a pele. A lógica dos fatos não é otimista, ela nos introduz, uma ideia por vez, a um mundo plástico e árido. Por isso precisamos nos atentar para o que queremos ser, para que sejamos abundantes em nós.

 Não são filtros no instagram, ou qualquer outra coisa externa que te faz ímpar. O visual é apenas o filete que forma o espelho d'água no mar da vida. Há um universo acima disso, porque nós mergulhamos para cima. Mergulhamos para todas as possibilidades que há e que um dia hão de ser.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Por que não?

 Experiências vivenciadas da forma mais plena possível são o único registro que marcamos na nossa breve passagem pela vida. Somos fragmentos de tudo o que somos e principalmente de tudo o que podemos ser.

 Cada indivíduo traz consigo uma infinidade de momentos que confirmam o valor de cada fôlego tomado; Nos construímos a cada dia com pedaços de vida que colhemos pela nossa estrada. Somos absolutamente nada sem o que fomos. Então por que não ser?

 A hesitação é a maior inimiga da liberdade, e a liberdade é a maior aliada da experimentação. Quando deixamos de hesitar, nos permitimos mergulhar na liberdade que nos leva a experimentar a vida em sua maior pureza. 

 As possibilidades são infinitas, e o tempo é curto demais para deixar de agir por medo das consequências, porque a morte é a maior delas e nem se corrêssemos mais rápido do que a velocidade da luz conseguiríamos fugir dela.

 A maior parte das pessoas se prende ao medo e ao fundamentalismo para eufemizar a sua covardia. Se perguntam por quê deveriam fazer tal coisa, se podem simplesmente não fazê-la. Então eu vou contra a maré, e sempre que me encontro na dúvida, me pergunto: Por que não? Por que não fazer? Por que não tentar? Por que não aproveitar a maior(e talvez única) dádiva que é estar vivo?

 A vida é um parque de diversões feito de ilimitadas atrações, não é são passar todo o tempo em uma só área, em um só brinquedo. Se há uma missão no intrínseco sentido da vida de cada um, tal missão está ligada a livre experimentação da vida. Da energia necessária para lutar contra tudo o que te prende ao medo.

Por que não ser feliz?

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Bem

 Dia após dia vejo pessoas emocionalmente viciadas em condutas que em nada lhes faz bem. Não uso como parâmetro a minha concepção de "bom" ou "ruim", por que isso é egoísmo; Mas cheguei a essa conclusão analisando a filosofia usada por certas instituições para prender indivíduos aos seus interesses.

 Todo mundo tem problemas. Todo mundo tem fraquezas. Todo mundo tem dificuldades; A grande questão é: O que fazer com eles?

 Não sei se é por ter sido criado em uma família cristã protestante, ou se isso é realmente cultural de uma forma mais ampla, mas cresci aprendendo que precisava pegar os meus problemas e jogar nos ombros de "alguém", cresci sofrendo intensamente por ter me viciado em sofrer.

 Desafio qualquer um a entrar em uma igreja evangélica no meio de um culto de domingo e focar nas expressões faciais das pessoas. Poucos estarão sorrindo, e muitos chorando.

 Muitos usam o contra-argumento de que é um momento de emoção, e acima de tudo, felicidade. Essa teoria seria quase plausível se estivesse sendo usada com alguém que só conhece esse momento de fora. Mas eu vivi durante muito tempo ali, naquela realidade, e posso afirmar que 90% das lágrimas ali são de tristeza profunda.

 Essa instituição utiliza de uma base filosófica nada positiva. Quase 100% das ministrações em cultos são sobre problemas e como enfrentá-los, sobre "guerras espirituais", sobre o quão atentos e íntimos de seu deus precisam estar para lutar conta "o mundo". E é isso que me preocupa.

 Não levarei em conta o pensamento popular de que essa não é a nossa única vida, mas mesmo se não for, por que motivo alguém gastaria uma vida inteira sofrendo, vivendo sob tanta pressão, e dando tanta ênfase ao que lhes faz mal?

 Como disse alguns parágrafos acima, vivi nessa realidade, e agora contarei como mudei, e o que me impulsionou a isso.

 Não irei recontar a minha história, mas qualquer um que tenha gastado algumas horas do seu tempo lendo o meu blog pode perceber que eu fui uma pessoa afundada na depressão. Tive a minha primeira crise de depressão ao 15, e meses depois ela foi diagnosticada por um terapeuta; Isso coincidiu com a época em que eu passei frequentando a igreja evangélica. Curioso, não?

 Vivi os piores meses da minha vida, me viciando nessa vibe negativa a cada domingo. Em um certo ponto decidi deixar de frequentar aquele local, mas já estava viciado demais para conseguir ser feliz. Demorei três anos para conseguir sair desse quadro de depressão profunda, porque por mais que tentasse, não conseguia manter tudo o que ouvi ali fora da minha cabeça.

 Hoje em dia sou um homem plenamente feliz. Não é pela falta de problemas, mas sim pela consciência de que quem decide o quão feliz a minha vida será, sou eu. Aprendi que a vida é muito mais fluida e simples do que parece. Basta olhar nos olhos de outro animal pra percebermos que o que temos é o agora, e ele é realmente nosso, então está nas nossas mãos torná-lo bom ou ruim.

 Parece só mais uma filosofia vazia, mas acredite, o mundo está sorrindo pra gente nesse exato momento. Perdemos a vida supervalorizando coisas. Copiamos freneticamente o velho mau hábito de pensar em problemas o tempo inteiro.

 Não há uma forma de passar essa realidade através de palavras, mas é incrivelmente fácil experimentar essa sensação de liberdade que a felicidade traz; Basta sair por um momento da rotina para se libertar desse ciclo vicioso. Encontre um campo, tire os sapatos, a camisa e tudo aquilo que estiver escondendo o seu corpo e o seu sorriso; Sente ou deite no chão, na terra, e sinta como o seu corpo se conecta com a natureza, perceba que você não é nada além de uma pequena parte dela.

 Sabe, a alegria de estar vivo é o suficiente para te fazer voltar a ser feliz. Não acredite em tudo o que te dizem. Reavalie as energias que as suas práticas estão te trazendo.  Arrisque sorrir. Respire fundo e sinta a vida fluir pelas suas veias. Não supervalorize o problemas, você os tem, eu também, e somos nós que decidimos o que fazer com eles. Valorize a vida. Pare de tentar, seja feliz!

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Avesso

Tive um daqueles raros vislumbres de conteúdo útil no Facebook ao ler a seguinte frase: 

 “Sometimes when things are falling apart, they may actually be falling into place.”

 Ela me veio como uma compressa de água fria em cima de uma queimadura. Parece que a vida sabe quando e o que precisamos absorver no momento certo. Foi o alívio que eu precisava para esses tempos de caos.

 Já desisti de tentar explicar a segundos e terceiros o por que de eu achar que o mundo está de ponta-cabeça, e não eu(como a maioria pensa), mas felizmente, eu entendi o sentido literal desse conceito. Posso dizer que sou um afortunado por ter uma mente tão caótica que me permito a todo tempo moldar-me de acordo com o que necessito para ter paz.

 Talvez a ocasional mistura de conceitos ideológicos é que me condicione a questionar quaisquer padrões que me sejam impostos. E esse não fugiu a regra.

 Não é cabível aceitar a ideia de que alguém além de mim possa estipular um código de certo e errado para organizar as coisas da minha vida(amores, desamores, confusões, ideias, rotina, vontades, etc) que só eu sei o real valor. Não há ninguém mais qualificado do que eu para organizar a minha cabeça.

 Essa é uma das coisas que faz as pessoas se distanciarem da felicidade, por fazê-las aceitarem a falsa obrigação de mudança. É agradável me desprender de mais um rótulo. É bom saber que apesar dos pesares, eu continuo aberto ao mundo a minha volta. E o melhor de tudo: É magnífico compreender que o avesso é o meu lado certo.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

É Feliz

Minha família não é feliz.
Meu cachorro não é feliz.
Minha conta bancária não é feliz.
Meu passado não é feliz.
Meu rumo não é feliz.
Meu sorriso(quase nunca) é feliz.
Meu corpo não é feliz.
Quem me ama não é feliz.
Minha vida não é feliz.
Eu não tenho motivos pra ser feliz além da felicidade do ser.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Sorte

 Tenho sorte de estar acordado; Tenho sorte de não querer adormecer em um mundo onde muitos se aconchegam no conforto de suas camas emocionais e ali ficam até a morte. 

 Tenho sorte de estar de olhos abertos; Tenho sorte de estar olhando, porque nasci com o dom de enxergar além do que é passível de ser visto por olhos destreinados.

 Tenho sorte de absorver; Tenho sorte de conseguir expelir, e principalmente por fazê-lo sem temores nos momentos em que a minha criança interior me lembra do quão sensível é, e de que não pode suportar tamanha pressão.

 Tenho sorte de lutar pela paz. Tenho sorte de viver em paz, e esse é o Norte da minha bússola, é o que me impulsiona a abrir os olhos todos os dias.

 Tenho sorte de ser tempestade em alto mar. Tenho sorte de saber nadar em mim mesmo, porque isso me ensinou que nunca me afogarei no mundo se souber sobreviver no meu próprio oceano caótico. 

 Tenho sorte de saber que tenho sorte; Tenho sorte de aceitar a minha sorte, porque essa é a única forma cabível ao meu eu de viver de forma livre e errante.

 Mas de todas as sortes, a maior sorte que me aconteceu foi a de estar aqui, a de ter a chance de errar e acertar, sem pensar na sorte ou no azar.

domingo, 29 de junho de 2014

Eu Falei

Já soube, mas há tempo que eu tinha esquecido o que é amor. Estive em muitos lugares, com muitas pessoas, fazendo inúmeras coisas, mas nunca falei de amor.

Reconheço que tenho essa qualidade de não supervalorizar sentimentos, sei que já gostei de muita gente nos últimos 5 anos, mas nunca falei de amor.

Já tive a certeza de muitas coisas que antes pra mim eram inimagináveis; Já mudei pensamentos e fiz coisas insanas, que apesar de não me arrepender, sei que foram inconsequentes, mas nunca falei de amor.

No momento mais visceral da minha vida, estive lutando contra uma imensidão de sentimentos conflitantes que me embrulharam a cabeça, mas nunca falei de amor.

Já menti muito por imaturidade e por necessidade; Falei inverdades a troco de um conforto temporário, como se precisasse disso, mas nunca falei de amor.

Já procurei(e encontrei) diversos meios de fugir e tentar desassociar da minha realidade; Fui covarde com orgulho, inventei uma vida alternativa enquanto pude, mas nunca falei de amor.

Depois de tantos anos de viagem errante, encontrei a solidez emocional que tanto procurei, mesmo sem saber ou querer admitir que a procurava. É um tiro no escuro, um jogo de roleta-russa que pode machucar. Mas independente de quaisquer consequências, eu vim falar de amor.

sábado, 14 de junho de 2014

Bolha Azul


 Dentre infinitas possibilidades, eu nasci. Poderia ter sido outro, ou outra, mas sou eu. Nasci na Via Láctea, nesse sistema solar específico que fica em um dos braços distantes do centro da galáxia; Surgi exatamente nesse planeta: Terra. Sou a expressão de todas as (im)possibilidades. Sou muito e nada.

 É absurda a insignificância cósmica que é expressa pela existência da minha vida, mas mesmo assim ela é um acontecimento e tanto na realidade de quem só tem a ela; No caso, eu. Não sei quantas oportunidades terei de gozar da experiência vivencial, então me soa sensata a ideia de viver de forma livre e experimental, absorvendo e excretando tudo de mais variado que pode existir ao meu alcance. Mas essa não é a ideia geral de vida nessa bolha azul em que nasci. Aqui os seres são todos livres e inconscientes de sua liberdade; Mas um ser específico, apesar de possuir naturalmente tudo o que os outros também possuem, não expressa sua liberdade. Humanos. Humanos são tão privilegiados por estarem vivos quanto qualquer outro animal, são apenas um piscar de olhos na escala espaço~tempo como a maioria das espécies ainda vivas, mas mesmo assim insistem em anexar significados e funções à sua existência, perdendo assim a sua liberdade, em prol da sua consciência racional. 

 Parece que a consciência humana foi anulada no momento em que teve início o raciocínio, que gerou o sistema de planejamento e de contagem do tempo. A vida parou de ser vivida e começou a ser planejada, analisada e registrada. Começou a vigorar uma pseudo-lei que nos diz que devemos andar pelo mundo segurando uma corda guia, como aquelas que são usadas em cavernas submersas para não perder a saída. Dessa forma se tornou impossível soltar a corda, abrir os braços e vivenciar o tempo com braços abertos; Porque é perigoso perder a corda, é arriscado sair do Sistema e começar a desbravar terras e ideias. 

 Por sorte(sim, sorte), algumas pessoas talvez não tenham desenvolvido tanto o raciocínio quanto a consciência. Eu sou um exemplo de ser consciente, porém quase irracional; A consciência está muito mais próxima do sentido de vida livre do que o raciocínio, porque é preciso ser consciente pra chegar a conclusão de que não é válido passar o meu único suspiro de vida preso a um sistema carente de sentido. Sou consciente de que talvez essa seja a minha única aventura no Mundo, então preciso honrar a chance que tenho de simplesmente ser.

 Somos poeira das estrelas. Vestígios de uma sopa cósmica que deu certo. A improbabilidade que se reverteu. Somos a ciência do ser ciente. 
Por ser, hoje em dia sinto a necessidade de saber onde e o que estou; Não me sinto confortável com a premissa de que posso estar sendo menos do que deveria ser.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Ideologia

 Não me recordo o momento, nem o grande divisor de mares que me fez decidir dedicar a minha vida ao fluxo natural das coisas, mas sei que posso afirmar sem o temor de estar sendo leviano, que pratico diariamente o exercício da paz interior e exterior.

 Como de costume, a minha concepção de "paz" é diferente do senso geral. Eu digiro essa palavra de uma forma que me faz ter a certeza de que a vida não pode ser diferente; E pra mim, a paz não é a ausência de caos. Pra mim a paz reside no caos como se um não pudesse existir sem a presença do outro.

 Eu sou uma pessoa caótica. Passo por inúmeros picos de adrenalina quando me permito viajar nas curvas do meu pensamento, mas isso não me contraria. Eu gosto de ser assim, porque a minha paz reside na aceitação da minha personalidade desordenada.

 Me soa monótona a ideia de viver uma vida carente de adversidades e conflitos. Tive poucos momentos de aprendizado enquanto vivi a calmaria, em contraponto, o mar revolto me ensinou a nadar.

 A minha ideologia me faz ver o mundo mais como um parque de diversões do que como uma escola. Penso que assim as coisas se tornam menos mecânicas e voltam a ser o que sempre foram. Gosto de experimentar sabores, cheiros, visões e substâncias. Gosto de dar ao meu subconsciente a liberdade e o direito de controlar os meus pensamentos. Gosto também de perder o controle.

 Tenho medo de ceder e me tornar tudo aquilo que eu tanto tenho aversão. Não quero acordar pra trabalhar, não quero ter que chegar, não quero ter que ir embora, não quero deixar de lado o meu instinto que me guia sempre pro que é orgânico. 

 Não julgo quem aceita viver como o sistema sugere(ou impõe), não me sinto no dever de gastar minha existência atuando como juiz, mas estou certo de que eu não me sentiria confortável deitado naquela forma de operários que a maioria chama de "vida". Já disse outras vezes que considero válida toda ideia que é formulada a partir da reflexão íntima de cada um. 

Tento não me prender a isso, mas ocasionalmente me vejo contemplando a minha projeção de futuro, e nela eu não estou sentado no camarote de uma festa cara em Paris; Nela eu estou vivendo rodeado de gente que eu amo em uma casa no alto de algum lugar, cercado por vida, com fome de experiências, e em paz. A minha meta é não deixar de existir, o meu ideal é a plena experiência vivencial.

sábado, 7 de junho de 2014

Falta de Coragem

Tenho tido medo de escrever e acessar novamente todas essas memórias que insistem em se consolidar por aqui. Tenho tido medo de escrever. Na falta de coragem, escrevo sobre o meu medo de escrever, sem medo.

domingo, 4 de maio de 2014

Kriptonita Reversa

 O corpo pede comida, a alma pede arte. Me considero um homem de sorte por ter reconhecido e valorizado tal epifania a tempo. Talvez se não o tivesse feito, nos dias de hoje, eu poderia ser apenas mais um corpo zumbificado que vaga em rumo ao abismo estabelecido no final da jornada

 Graças a luz, me tornei um ser vivente, antes mesmo de me tornar um ser pensante. Aprendi a viver e a me alimentar daquilo que me traz vida antes de pensar sobre o sabor daquilo que estava ingerindo.

 A mudança de dieta é complexa e traz consigo diversos fatores que buscam avaliar o seu merecimento, para só depois permitir que você desfrute da energia vital oferecida pela luz. Não são todos que conseguem suportar.

 Algumas pessoas não conseguem absorver aquilo que tentam consumir; Por isso, me sinto feliz por ser capaz de digerir com maestria toda essa variedade de alimentos. Muitos me parecem pouco atraentes, alguns descem dilacerando tudo o que encontram pela frente, certos tipos são amargos e deixam feridas na boca, outros permanecem suaves como água fresca.

 A minha alma grita a cada segundo por referências que me façam sentir satisfeito com a vida. Me tornei totalmente dependente dessa essência que penetra o meu eu e me faz sair da zona de conforto.

 É esse o segredo para uma caminhada imponente no mundo dos covardes. Se eu quero ser um herói pra mim mesmo, preciso me alimentar como tal, e me afastar de tudo aquilo que enfraquece a alma.

 A arte é o que me mantém em movimento a cada dia. É o que me faz ter forças pra lutar contra o óbvio. É o que se mistura ao meu sangue e sara as minhas feridas. É o que escorre com o meu suor e reabre as feridas para me lembrar de onde eu vim. É o que sacia a minha alma, e é o que me faz ter mais fome a cada dia.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Mundo Vitam

 Nós, nós somos aquele novo tipo de pessoa. Nós buscamos muito além do superficial; Queimamos oferendas para a Vida, na esperança de que em troca Ela nos mostre onde está o portal que conecta o mundo, com o nosso mundo. Veneramos a flor que enfeita as bordas desse portal, e também a sua estrada. 

 Nossos olhos se fecharam e o portal se abriu. O caminho é pavimentado com tijolinhos de outro e rejunte de cristais água-marinha, nas redondezas podemos perceber trepadeiras. Tais trepadeiras se encontram cada vez mais adentrando o caminho de tijolinhos de ouro e cristais água-marinha, até que se tornam capazes de nos tocar. No momento em que isso acontece, temos nossos músculos paralisados, ficamos congelados, porém sempre aquecidos; E ali permanecemos até que nossos olhos cedem e acabam por se abrir. Em seguida somos guiados através de uma floresta, com os olhos abertos, e encontramos duendes em meio a neblina que nos cerca. Eles brincam entre si enquanto fumam seus cachimbos, e demonstram grande compaixão pelo nosso grupo. Nos dizem que estamos ali porque fazemos parte disso, somos o verde que o mundo tenta tornar marrom. Somos naturalmente impulsionados a segui-los até que nos digam onde devemos permanecer. Então a floresta sorri, nos deseja boa sorte, e se abre, revelando uma linda praia logo a sua frente.

 O Astro-Rei está regendo outros povos, estamos nesse momento sob o poder da Lua. Ela nos diz com voz suave que devemos nos entregar e esquecer tudo o que sabíamos até aqui, porque nesse momento as nossas vidas serão mudadas pela Liberdade Cósmica. Com o seu halo lunar, nos orienta a contemplar a imensidão do Cosmos, e nos ensina a amar o fato de sermos energicamente conectados com tudo isso.

 Nos aproximamos do mar, encontramos pranchas a nossa espera na beira da areia transparente, composta por pequenos diamantes que refletem de forma gloriosa os ensinamentos da Lua. Somos como surfistas da mente que deslizam alucinadamente pelas dobras do mar cerebral. Dividimos espaço com tubarões, peixes-leão, águas-vivas e sereias nessa insana aventura, que busca nada além da adrenalina de explorar esse oceano interno e inexplorado que todos carregamos. 

 Netuno também nos saúda acompanhado de sua cavalaria, e nos orienta a nos entregarmos aos seus poderes. Diz que dará ordem às ondas, para que elas nos guiem através dessa viagem. 

 As ondas não param de crescer, e isso é perfeito. A onda não oferece risco, porque esse mundo é real, e aqui o perigo não adentra. Cada vez que entramos em um funil de onda-cósmico-cerebral, nos perdemos divinamente dentro de um labirinto que parece nos guiar para dentro da gente. 

 Insistimos em deixar as ondas quebrarem bem em cima de nossas cabeças, e assim, trituramos pensamentos que encontravam-se empedrados. Rachamos ossos que não eram nossos e limitavam nossos movimentos. Soltamos as amarras que prendiam nossos sorrisos, e então, começamos a dialogar sinceramente com Ela.

 O processo é tão suave que não percebemos o seu fim. Vivemos um incrível degradê na nossa experiência existencial, degradê esse que nos confunde a todo momento, fazendo-nos confundir os mundos e impedindo-nos de voltar ao antigo estado de ignorância.

 Nosso grupo é abençoado; Somos aqueles que tiveram suas mentes destrancadas, fizemos amizade com seres míticos, tivemos nossos olhos abertos para as possibilidades do mundo. Para nos mostrar que somos livres agora, e donos da nossa liberdade, os duendes nos presentearam com coroas; Não de espinhos, nem ouro, mas de flores. 

terça-feira, 8 de abril de 2014

Eu estou nu, mas coberto de razão.

 Essa campanha faz parte do trabalho de um fotógrafo que é um grande amigo meu. Ela foi idealizada para dar voz às pessoas que um dia foram exploradas e/ou abusadas sexualmente e tiveram suas bocas tapadas pelo medo e a vergonha de dizer a verdade.
 Não são imagens, são um grito por liberdade sexual e social; São um golpe a mais nessa guerra pelo direito de tomar posse do próprio corpo.







 Clique AQUI e acompanhe o projeto.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

500 tipos de Teorias

 Ontem me manifestei publicamente ao assistir o filme "500 Days of Summer", e me surpreendi com a quantidade de pessoas que disseram se identificar com um dos personagens do filme, o Tom.

 Tom é um jovem homem romântico por natureza que acaba conhecendo uma mulher: Summer. Mulher essa que não corresponde às suas expectativas amorosas, e ao contrário dele, não é do tipo que vive essa procura frenética pela outra metade da sua laranja. O filme narra o desenrolar desse "relacionamento" (ou acontecimento, que seja) no decorrer de 500 dias, e mostra que no final das contas, tudo o que Tom fez foi alimentar e fazer crescer um sentimento que acabou o matando por dentro.

 Sabe o que eu acho curioso? Existem milhares de Toms pelo mundo, Toms homens, Toms mulheres, então por que não se juntam? Por que não procuram outras pessoas que compartilham com eles essa necessidade de estar junto e acabam de vez com esse problema?

 Deve ser parte da natureza humana essa atração quase sadomasoquista por aquilo que não se pode ter, ou que não se deve ter, ou que não quer ser seu... vai entender! Parece que Toms foram programados para não cansar de se machucar. Uma coisa boa tem aí: Toms não perdem a esperança, são pessoas que renovam as suas energias com facilidade e logo após uma desilusão, já abrem novamente seus olhos às possibilidades do mundo.

 Daria para passar a semana aqui desenvolvendo 500 tipos de teorias para explicar esse fenômeno quase místico que impulsiona homens e mulheres a levantar da cama cada dia a procura do que a vida separou para ele. Mas acho que a resposta final é que todo Tom, na verdade, procura por um(ou uma) Summer.




quinta-feira, 27 de março de 2014

It's now or... now.

 O que aconteceu com aquele garoto de 16 anos que se apaixonou pelo palco no dia 1° de Setembro de 2010? O que aconteceu com aquele garoto que encontrou na dança o maior prazer que já havia experimentado em toda a vida? O que aconteceu com aquele corpo que não se deixava contaminar, e que  se dedicava totalmente à sua arte? O que aconteceu com aquele coração que batia mais forte toda vez que pisava no linóleo, como se fosse o momento da sua vida? O que aconteceu com aquele cérebro que queimava em planos toda vez que era tomado pela magia que fluía pelos fones de ouvido? O que aconteceu com aqueles pés que não conseguiam se manter parados mesmo em lugares inapropriados? O que aconteceu com todos aqueles planos? Pra que serviram todas aquelas lágrimas que foram sacrificadas em nome do amor maior?

 O corpo se encontra fétido e sendo negligenciado a todo momento em troca do conforto da desistência superficial. O coração encontra-se cansado e batendo cada vez menos intensamente, por não ter mais toda aquela adrenalina que um dia o motivou a seguir em frente e levantar da cama para VIVER mais um dia. O cérebro encontra-se conformado, da pior maneira possível, com a realidade que o foi imposta... Os pés continuam famintos, mas agora estão calados, cauterizados e amarrados. Os planos foram esquecidos por não haver mais espaço para tanta frustração. As lágrimas são as únicas que continuam aqui, intactas, e a cada dia mais me envergonhando por não conseguir contê-las. O garoto de 16 anos cresceu, cresceu demais, e chegou a um ponto em que a vida parou de crescer com ele, e sua cabeça tocou o teto, o que o impediu de prosseguir. 

"I'm gonna make it, I'm gonna be a star, you know why? Because... I have nothing left to lose." 

 É surreal como a vida parece imitar a arte. Inúmeras vezes me permiti desfazer em prantos ouvindo essa frase, e pensava que ela fazia total sentido pra mim, mas não. Precisei perder força, família, sonhos, planos, a fé em mim, pra então ver que eu não tenho absolutamente mais NADA a perder. Não existe caminho para baixo, não há o que fazer além de ficar parado.

 Sei que algumas pessoas muito especiais depositaram fé em mim, me apoiaram de uma forma linda, e eu simplesmente desisti. Então não quero prometer mais nada. Chega de anúncios, chega de decepções, chega de falácia vazia de sentido e repleta de sentimentalismo barato.

 Posso mentir pro mundo, mas não pra mim. Aquele garoto ainda está aqui, e ele está cansado do cansaço. Vou seguir pelo caminho menos óbvio dessa vez. Chegou a hora de parar de culpar a vida pela minha negligência. 

domingo, 23 de março de 2014

Singularidade

 Acho que essa inconstância afetiva denuncia acidentalmente o desespero que reside no ato de contemplar a realidade de, na verdade, nunca ter tido algo real.

 Faz tempo que não posso afirmar com total certeza se realmente já tive contato com essa coisa tão almejada. Na última vez não acabou bem, e talvez por isso o ser sensato que ̶é̶ ̶a̶p̶r̶i̶s̶i̶o̶n̶a̶d̶o̶ reside dentro de mim insiste em repetir o ciclo: encontrar, ligar, encontrar um bom motivo, desligar. Imagino que seja um mecanismo de auto defesa, compreende? Uma forma de manter a distância segura para que ninguém mais entre aqui e bagunce tudo. Parece poesia, mas é tortura.

 Com o passar do tempo comecei a pôr em dúvida a credibilidade dos meus sentimentos. É inevitável o ato de desconfiar de algo tão inconstante. O mais sádico é que isso me excita emocionalmente... não sei explicar, mas não consigo me frustrar a ponto de não mais tentar.

 Não ajuda em nada ser como eu sou; Tenho uma atração natural pelo que não pode ser feito. Juro pela minha integridade moral que isso não é intencional, mas eu sigo um fluxo natural, e quando percebo, já me encontro novamente naquele tipo de situação que jurei nunca mais entrar. Talvez o fácil seja banal demais para alguém como eu.

 Então, talvez essa seja a ordem das coisas, pelo menos pra mim. Continuarei aqui satisfazendo as necessidades dessa minha singularidade, até que um dia o Universo e os fatos se encaixem de uma forma em que finalmente poderei dizer que agora eu posso ficar.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Indescritível

 Somos nós dois. Eu e ela rodeados de gente, mas sozinhos. Como uma estória bem contada que soa linda a ouvidos(e almas) destreinados, mas que na vida real seria cruel. Me sinto ligado a esse ser como se houvesse um magnetismo que não me permite permanecer afastado, que não pode ser anulado. Consigo sentir com precisão seus conflitos, suas agonias e muito raramente, sua felicidade. Sou parte dela porque assim a natureza quis, ela é parte de mim porque assim o universo deseja; Não consigo não ser. 

 Compartilhamos muita coisa nessa vida; Alegria, medo, agonia, euforia, fé, confusões, esperança, raiva, fome, energia. Passamos do que era passível de ser considerado normal, porque nos dias atuais, o normal é o contrário. Não me surpreende mais acontecimentos como rios de lágrimas que me ocorrem em meio a dias normais, aparentemente sem motivos, mas que na verdade, são um aviso de que está na hora de voltar pra casa porque alguém precisa de mim. Por mais que o mundo tente nos cauterizar, estamos juntos. Por mais que lutemos conta isso, estamos juntos. Por mais que a ignorância humana(não me refiro a cultura, mas a alma) edifique barreiras entre nós, existe algo mais forte, algo que nós preservamos e sempre nos manterá conectados. Ela se encontra além de paradigmas, luta bravamente. Ela é linda, é rainha, indescritível. Ela me deu a luz.

quarta-feira, 12 de março de 2014

A Simplicidade da Felicidade (:

 Hoje enquanto contemplava meu mantra sagrado(vulgo Projeto Agridoce), tive uma epifania que me fez questionar grande parte da minha trajetória até aqui. Me peguei pensando se os meus sonhos eram realmente meus. 

 Não é novidade o fato de que o Sistema tenta nos controlar de inúmeras formas, mas nunca havia me atentado a possibilidade de que algumas pessoas tem até seus sonhos controlados. Muita gente por aí apenas reproduz e adapta ideias pré fabricadas do que é felicidade.

 Pude pegar como exemplo membros do meu círculo social que almejam(alguns, há anos) incessantemente alcançar certo patamar social, certos bens materiais; Não vejo nada de errado nisso, a questão é que muito provavelmente essas pessoas nunca se questionaram sobre o que tem adotado como plano de vida. Os controladores usam da força de vontade humana para impulsionar e motivar cada vez mais pessoas a almejarem crescimento profissional e financeiro, mesmo sabendo que pouquíssimos um dia alcançarão tais conquistas. Mas por que? Pelo simples fato de que a luta das massas por uma "vida melhor" gera cada vez mais dinheiro para quem está no poder.


 A minha intenção não é desmotivar ninguém, de forma alguma! Pelo contrário, quero desafiar você a repensar de forma crítica o que tem planejado pra si quando deita a cabeça no travesseiro antes de dormir. Tente se lembrar das pequenas coisas que lhe fazem sorrir inconscientemente, duvido que alguma delas esteja diretamente relacionada à busca por bens materiais.

 Pra mim, felicidade é dormir em paz, sem preocupação com a queda da produção da empresa; É ter pouco, e se sentir bem por ter o suficiente; É chegar a conclusão de que a experiencia vivencial é infinitamente mais próxima da sensação de pés sujos de lama do que do prazer em comprar. A minha paz de espírito reside em colchas remendadas, dias chuvosos, e até em goteiras. Me sinto mais motivado a ver uma árvore crescer comigo do que a comprar o carro do ano. Meu cachorro é dono dos meus sorrisos, não o gerente do banco. 

 Sou apenas um aprendiz, não posso lhe dar ensinamentos, mas se puder aceitar meu conselho ficarei feliz. Questione a validade dessa vida mecânica que estão lhe vendendo, pergunte-se quem realmente "ganhará" com isso. Tenha certeza de que este sonho é seu antes de lutar por ele. O dinheiro não pode trazer felicidade(sou a prova viva disso), mas a felicidade sempre lhe trará valor.

sábado, 8 de março de 2014

Fluxograma


"Fluxograma é um tipo de diagrama, e pode ser entendido como uma representação esquemática de um processo, muitas vezes feito através de gráficos que ilustram de forma descomplicada a transição de informações entre os elementos que o compõem, ou seja, fluxograma é um gráfico que demonstra a sequência operacional do desenvolvimento de um processo, o qual caracteriza: o trabalho que está sendo realizado, o tempo necessário para sua realização, a distância percorrida pelos documentos, quem está realizando o trabalho e como ele flui entre os participantes deste processo."


 Viu? O mundo! É isso que a gente faz quando chega nessa idade em que temos que esquematizar o nosso plano de vida. Nascemos, aprendemos a andar e falar, logo em seguida, aprendemos como "devemos" falar; A etapa seguinte é a de adestramento, somos orientados a não causar desconforto social e a considerar boa a ideia de ser homogêneo. O próximo passo é a programação do indivíduo para que ele almeje aquele plano de vida "correto": estudar, trabalhar, gerar dinheiro, comprar um carro, uma casa, casar, ter filhos e recomeçar todo o processo na nova geração.

 Tentaram me fazer seguir uma religião em troca do não-sofrimento-eterno, não deu certo; Por que imaginam que eu seguiria um fluxograma tão banal quanto esse? Não vou, e gostaria que você também não o fizesse. Porque somos complexos demais para acabarmos sendo acomodados nesse molde. Cada pessoa traz consigo inúmeras possibilidades em potencial, mas grande parte desse potencial é desperdiçado, porque o que não cabe no molde, meu amigo, é cortado. E muita gente acha justo pagar esse preço simplesmente pra não ter o trabalho de pensar em ser diferente.

 Como tudo o que diz respeito à contrariar o pensamento geral, viver fora do molde não é fácil, porém, imagino que seja mais doloroso viver com a consciência pesada por ter deixado lhe amputarem as pernas e braços em troca de aceitação. Não sou ciente da minha capacidade, mas sou ciente do meu potencial e não permitirei que o Mundo limite tudo o que eu posso ser.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Como Incenso a Céu Aberto

 Sempre tive anseios mornos, sempre me senti aconchegado no simples, sempre precisei de pouco; Talvez por medo das correntes contrárias, durante anos insisti em reverter a minha consciência a ponto de declarar a mim que não aceitaria menos do mundo. Mas ao mesmo tempo, estava declarando que aceitaria menos de mim. 

 De quanto eu preciso pra ser feliz? Quanto precisarei afirmar(e reafirmar) a minha felicidade e sucesso para que finalmente ache válido ter consumido tanto oxigênio nesses 19 anos? Pouco, muito pouco. 

 Eu percebi que o muito muda as pessoas, o muito, as vezes, é demais. No meu caso, sempre. É simples e orgânico o processo que me afasta do grandioso. Minha natureza é abstrata como um mosaico multi color, porém as minhas cores não variam de tom. Sou contínuo e simples, porque assim a minha essência é mantida em uma dose concentrada; Em contraponto a calmaria, não aprecio coisas diluídas.

 Deixar se levar e desperdiçar sua essência na tentativa louca e mecânica de conseguir o muito, é como ser um incenso a céu aberto; É sabido que tal fumaça traz consigo um incrível perfume, mas por causa das correntes excessivas(e agressivas), não pode-se contemplar toda a sua magia. Talvez a única forma de felicidade resida na capacidade de sentir o que se está exalando.

 Me sinto próximo de mim em locais que não me permitem ser maior. Me sinto seguro no meu próprio útero. Me sinto como se ainda fosse uma criança sendo cuidada, longe de riscos. Talvez eu seja pouco.

domingo, 2 de março de 2014

Ninguém Além de Mim

Lição do dia: Não existe fortaleza mais segura do que a própria mente; A sua psique é capaz de te destruir, mas em contraponto, é a única coisa no mundo capaz de impedir que alguém te destrua.

 Por vezes torna-se explícita a maleabilidade da vida, e essa característica da existência faz com que aqueles que não se apoiam em si acabem caindo da prancha com o balanço da haste vivencial na qual nós orbitamos.

 Nada nem ninguém é capaz de conturbar por longo tempo uma pessoa que se encontra firmada dos próprios pés(ou asas), isso porque esse tipo de pessoa não precisa de nada que venha de fora para se sentir forte. Como de costume, a vida acabou de me mostrar que sempre há uma forma de surpreender aqueles que insistem em respirar.

 Só eu sei da minha força, só eu sei do meu caráter, só eu sei contra o que eu luto diariamente, então não me soa lúcida a ideia de que alguém além de mim valorize tais coisas em tempo integral. Como disse, o balançar da vida é inevitável, o enjoo é consequência, mas a queda é escolha; Me recuso a permitir que qualquer negatividade ou palavras maldosas penetrem no meu ser; Não cheguei até aqui pra cair no mar. Não cheguei até aqui pra aparecer nos noticiários sociais como aquele que não encontrou o próprio equilíbrio. Não sou estatística. Reafirmo que me recuso a precisar de qualquer coisa além de mim pra seguir em frente.  

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Pax Animi

 Acho cômica a forma como segue o enredo da vida; A mesma parece sempre tentar nos provar que tudo o que pensamos conhecer sobre a lógica existencial, na verdade, era apenas mais um grande engano que a nossa prepotência nos fez cometer.

 Incrível como o caos e a paz podem coexistir de uma forma em que, apesar das oscilações de proporção, ambos constantemente se anulam e formam uma grande névoa de conforto na nossa mente. Sabe, nas últimas semanas tenho experimentado a sensação de viver grande parte dos meus maiores medos de infância; Aqueles que eu não ousava imaginar caso quisesse ter uma boa noite de sono. O mais contraditório nisso tudo, é que subtamente fui invadido por uma enorme onda de paz e tranquilidade. Como se eu tivesse encontrado o meu lugar seguro em meio a um furacão.

 Nada, absolutamente nada está bem nesse momento. Todas as áreas da minha vida estão de ponta cabeça, e caminhando velozmente em direção a um destino incerto, que de certa forma acaba me fazendo temer o nascer do sol. Mas acho que como forma de pieade, a vida resolveu me anestesiar para que eu simplesmente "deixe estar".  Meu corpo pode não ter o que comer, mas certamente o meu intelecto está sendo alimentado da melhor maneira possível.

 É uma honra poder passar por tantos problemas, por tantas incertezas e perigos; Me sinto ainda mais honrado por reconhecer que sou um aprendiz, uma pedra bruta sendo trabalhada. Se tudo der certo(e espero que dê), em um futuro não muito distante estarei olhando para esses dias com um sorriso no rosto e lembrando a mim mesmo de que eu não perdi, eu ganhei. Tenho esperança de que saberei manter essa paz na alma até os meus últimos segundos de vida.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

fructus vitae

 Sou parte de uma realidade existencial tão ínfima que me soa grotesca a ideia de viver a minha vida para alguém além de mim. A questão na atual situação é que em contraponto considero inválida a ideia de levar uma vida unica e exclusivamente dedicada a mim, uma vez que faço parte daquele seleto grupo que não sabe não transbordar. 
 Entendo como obrigação natural a função de acrescentar ao mundo coisas que supram(ou ao menos tentem suprir) tudo aquilo que eu insisto em tirar dele. Planejarei a minha vida como uma missão de duplo socorro. O socorro a mim, que virá em doses simbólicas acompanhando o socorro aos outros. O molde pouco importa, interessante será o que eu conseguirei extrair dele. 
 A cada dia uso minhas atitudes impensadas para reafirmar a importância que cabe à função de compartilhar com o mundo tudo aquilo que um dia me rejuntou e ajudou a reconstruir, e construir o que eu estou me tornando.
 Agindo dessa forma imagino que poderei, um dia, considerar a minha existência eterna; Pelo menos enquanto alguma coisa que eu gerei continuar sendo replicada em telas brancas pelo mundo pessoal de cada um.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Zarpei

 Sabe aquilo que eu disse nunca mais fazer? Acabei de quebrar mais uma regra, acabei de mudar de rumo. Por parte posso ser considerado um fracassado, mas eu não ligo, porque não canso de aprender com as circunstâncias da minha existência.

 Não irei negar, é um caso de desistência. (: Desisti de insistir na ideia de que eu sou limitado a apenas um caminho, desisti de perder tempo dizendo que sim quando o meu corpo não cansa de gritar "NÃO" bem na minha cara, desisti de viver esse drama eterno.

 Aqui se inicia a busca por um novo caminho. Começarei com urgência o processo de refinamento das minha ideias e ideais até o momento em que encontrarei o meu novo norte.

 Pela primeira vez em anos, estou falando sobre isso em paz. Não vou mais insistir por orgulho. Eu mereço a oportunidade de mais, de abrir os meus horizontes a novos cenários e oportunidades. Estou feliz por ter chegado a essa conclusão.

 Agradeço à vida por todo o aprendizado que eu pude acumular até aqui, foi uma linda jornada de auto conhecimento e fortalecimento; Mas chegou a hora de levantar a âncora, preparar as velas e zarpar para um novo mar, com novos desafios. Acredito na capacidade do meu barco. Mal posso esperar pelas próximas tempestades...

"Dark seas turns you better sailor."

domingo, 19 de janeiro de 2014

Deus x Igreja x Religião

A pergunta é: Qual a diferença?

 Tenho contemplado cada dia mais pessoas tentando sucessivamente criar uma linha tênue para separar as três coisas, na tentativa de manter a comodidade de poder se apoiar e ter as rédias da sua moral pessoal na responsabilidade de terceiros; Mas não. Não há como separar essas três coisas, porque uma é a responsável pela "existência" da outra.

 O discurso é sempre o mesmo; Pessoas se veem confrontadas pela realidade bizarra e incômoda dos fundamentos de suas crenças e imediatamente disparam(ou vomitam, como quiser) inúmeros argumentos para tentar desassociar a dura realidade da falsa boa intenção do seu Norte, e assim ter a sua paz de volta. Não veria problema nisso, porém essas são as mesmas pessoas que limitam as suas vidas, tentam limitar a de terceiros, e causam mortes diariamente.

 O discurso mais comum é aquele que afirma que "Deus"(o mito judaico-cristão) não tem responsabilidade sobre o que está escrito nas SUAS escrituras sagradas. Ora, se as escrituras são dele, como a responsabilidade poderia ser de outro? A resposta mais comum é: A bíblia foi escrita por homens, pecadores, pessoas que cometem erros e inseriram aspectos da sua realidade temporal e social nas escrituras. Bem, segundo a linha de raciocínio cristã, Elohim é um deus onipotente, onipresente e onisciente, então imagino que não seria um grande problema escrever sua preciosa mensagem de uma forma mais íntegra, ou até escolher para fazê-lo homens(sim, homens, porque mulheres não são dignas) que não tivessem distúrbios de caráter.

 Levando em consideração essa ideia, religiosos também afirmam que o comportamento de líderes fundamentalistas e moralistas é baseado em uma interpretação errada das escrituras sagradas. Mas sinceramente, não é necessário que você seja um Einstein para perceber que o que eles estão fazendo é simplesmente a prática do que foi ensinado na teoria; Mas a hipocrisia humana não permite que certos grupos sejam fiéis aos seus valores e assumam as responsabilidades do que pregam.

 Esses grupos são diretamente responsáveis por milhares de mortes que são causadas todos os anos pelas "palavras da vida". O livro que os norteia é recheado de falácia descriminatória, de argumentos vazios que tentam domesticar a natureza humana e subestimar a nossa capacidade de autonomia. Pessoas se veem em um beco sem saída e muitas das vezes acabam por provocar o fim da própria existência na tentativa de aliviar a dor. Eu quase me tornei uma dessas pessoas. Por sorte me despertei a tempo de perceber que eu sempre fui muito maior do que isso, e pude perceber também a má intenção que sempre esteve encruada naqueles que tentaram me dizer que eu precisava mudar.

 Além dos que se matam, há os que matam a outros. Há os que são mais sinceros e corajosos, e poem em prática o que seu deus lhes diz. Eles exterminam da face da Terra a abominação alheia, mas não a sua própria.

 Talvez o pior dos casos seja o daqueles que matam a essência do ser. Acabam com a beleza do amor próprio e ensinam pessoas a pedirem perdão por serem quem são. Talvez essa seja a pior morte, porque ela não te mata, ela te mantém vivo e agonizando até o dia em que a tensão lhe obriga a fazer parte do primeiro caso citado aqui.

 Sou novo, tenho muito o que aprender sobre a essência da existência humana, mas tenho orgulho de ter me tornado o que sou hoje. Já fui o homem que julgou, que achou errado, que achou sem precisar, que sentiu vergonha de si, mas isso mudou. Percebi que a vida não tem uma razão, não tem roteiro, mas a história fica muito melhor para todos quando se acrescenta a ela a boa vontade, a pureza, a gentileza. 

 Sou a favor da liberdade, não importa o aspecto em que ela seja citada, inclusive o religioso. Mas sonho com o dia em que a nossa espécie se completará e não sentirá mais essa necessidade de se agarrar a moldes e a essa falsa segurança oferecida pelo pensamento religioso. Espero que haja o dia em que aprenderemos não só a tolerar a diferença nos outros, mas principalmente a nossa. O amor próprio é o primeiro passo para um mundo melhor, porque uma pessoa que se ama não sente necessidade em mudar o comportamento de terceiros na tentativa de sentir que seu trabalho foi completo.

 Meu maior sonho é a paz.


quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

My challenge is make my own body a work of art, and make my skin and bones act like a white paper; Ready for be painted.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Obrigado!

 Eu vim pra agradecer. É clichê entrar em um novo ano e estabelecer metas e mais metas que -provavelmente- não serão cumpridas. Por isso eu vim aqui pra agradecer; Mas não a uma pessoa, ou uma entidade, muito menos a uma divindade. Eu vim agradecer a mim.

 Sou grato por ter começado o ano passado sem rumo, por ter reencontrado a minha vocação, e por ter descoberto o quão forte eu posso ser. Sou grato por ter lutado como nunca havia feito, por ter acreditado puramente nos meus sonhos e na minha capacidade. Sou grato por ter conhecido pessoas incríveis, por ter conhecido pessoas dispensáveis, e por ter me divertido sem limites. Sou grato por ter falhado, por não ter sido bom o suficiente, por ter desacreditado em mim, e por ter achado que tudo havia acabado. Também sou grato por ter passado pelos piores meses da minha vida, por ter ouvido as atrocidades que ouvi, por ter me desiludido e por consequência, me tornado mais maduro.

 Sou grato não pelo que eu tenho, mas pelo que eu sou. Sou grato por ter essa força que eu outrora achei ter se esvaído. Sou grato por viver intensamente, e por muitas vezes, ser cego. Sou grato por ter descoberto que eu sou muito mais do que imaginava. Sou grato por ser feito de carne, realidade, asas e fantasia. Sou grato por saber que a minha natureza não me permite ser estático. Sou grato por ter reacendido a esquina do meu coração que eu desconhecia. Sou grato por ter conhecido(e me aproximado, e lutado por) essas poucas e indispensáveis pessoas que tem me acompanhado nesses últimos dias. Acima de tudo, sou grato por ser grato, porque essa gratidão é o que me mantém em paz. Obrigado!  f

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Fashion!

 Não quero fazer parte das estatísticas, não quero ser um sonhador errante, não quero ser aquele que nasceu pra morrer. A maioria das pessoas luta contra o mundo pra correr atrás dos seus sonhos, as admiro, mas quero ser admirado por aquelas que assim como eu, precisam lutar contra a própria realidade, contra si.

 Não se pode escolher esse caminho, mas acredito que há maneiras de sair dele. Há ruas paralelas, há atalhos, há colinas; Me cabe a obrigação de continuar tentando todas as possibilidades até achar a saída perfeita.

 Tenho facilidade em me lembrar das derrotas, mas quase nunca me lembro das conquistas, quase nunca me lembro do quanto já depositaram confiança em mim, das vezes em que sem esperar, fiz turmas inteiras pararem pra me aplaudir.

"A sua diferença é que você não dança com o corpo, Thiago; Você dança com a alma."

 >>> SLAY <<<