Sempre fui uma pessoa vazia, no melhor sentido do termo. Sou vazio porque gosto de me encher, gosto de ter espaço em mim para pôr coisas novas, e em seguida jogá-las fora. Mas algumas coisas que me preenchiam, pararam de me satisfazer; Talvez tenha crescido, talvez elas não sejam mais suficientes para chegar ao topo de mim, e me transbordar.
Durante muito tempo fingi estar cheio. Foram noites e noites de sorrisos falsos, de motivos pra ficar sozinho por cinco minutos dentro daquele lugar cheio de gente cheia demais, de muita disponibilidade pro outro e nada pra mim. A pior dor que existe é a do fingimento. Não deveria ser assim. Não é sadio aplacar as dores da vida em veneno pra alma.
Apoiei minhas fraquezas em coisas(e pessoas) que mal se sustentam por conta própria. Não é culpa de ninguém, não há crime, há apenas falta de sabedoria e desespero. Acompanhado do erro vem a vergonha, ser fraco nunca foi o meu forte.
Eufemizei na minha própria cabeça atitudes de pessoas que deveriam ser meus cúmplices. Fingi não ver, não entender, não sentir a maldade em cada palavra. Sou breve, não há tempo para meias amizades, para amores de estado alcoólico, para "te amo, mas...". Não vou continuar não vendo, e muito menos me obrigando.
Vivi o drama de amigos que fizeram escolhas, uns de forma branda, outros de forma caótica, mas que escolheram sair. Parece que quando você resolve se desfiliar da ceita, você é jogado aos leões; Não os serve mais, não os cheira bem.
Há de ser necessário bravura para meter o pé na porta e sair, mesmo ciente das consequências. Mas estou descobrindo que é(talvez até mais) necessário se ter a bravura pra segurar a porta e ficar dentro, quietinho, tomar as rédeas da sua vida. Conforme os anos passam, algumas coisas deixam de fazer sentido.
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