terça-feira, 21 de outubro de 2014

Mergulho Vertical

 Tenho procurado em pessoas uma profundidade que me caiba, mas quase nunca acho. Preciso de alguém que me deixe entrar, e que me comporte de uma forma que não me esmague os dedos nem os cotovelos. A única coisa recorrente nesse cenário é o vislumbre de boas pessoas, porém rasas.

 Rasas demais pra abrigar as minhas ideias; Rasas demais para abrigar as minhas inseguranças; Rasas demais para satisfazer a minha necessidade por espaço; Rasas demais para compreender o meu espírito cigano. Rasas demais para armazenar tudo o que é necessário para me fazer ficar.

 É desesperador, admito, pensar em viver em um mundo feito de poças; Um lugar onde não podemos mergulhar em nada quando a realidade chega intensa demais e nos queima a pele. A lógica dos fatos não é otimista, ela nos introduz, uma ideia por vez, a um mundo plástico e árido. Por isso precisamos nos atentar para o que queremos ser, para que sejamos abundantes em nós.

 Não são filtros no instagram, ou qualquer outra coisa externa que te faz ímpar. O visual é apenas o filete que forma o espelho d'água no mar da vida. Há um universo acima disso, porque nós mergulhamos para cima. Mergulhamos para todas as possibilidades que há e que um dia hão de ser.

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