segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Início, meio, e fim.

 É curioso como a gente aprende com a vida, não é? Lembro bem que há cerca de 1 ano atrás eu não podia ouvir essa música, que eu simplesmente desabava(mesmo que por dentro); E hoje tudo isso se tornou nada mais do que uma lembrança,

 Resolvi falar sobre isso, porque finalmente me sinto neutro ao lembrar do "ocorrido". Tudo começou em um sábado; Fui convidado por uma amiga a ir em uma festa, ao chegar no local, ela encontrou com um amigo, e esse amigo estava acompanhado... e muito bem acompanhado, pensei.
 Enquanto a boate não abria ficamos todos esperando na porta, e a cada minuto eu ficava mais sem jeito por causa dos olhares que estava recebendo; Sim, o acompanhante do meu "conhecido" não parava de me olhar, mesmo estando abraçado com outra pessoa. Bem, se fosse nos dias de hoje, eu já teria tido a malícia para identificar o perigo, mas não, eu era MUITO jovem, e MUITO imaturo pra isso. A noite foi rolando, descobri que o tal rapaz era Dj do evento, e além disso, estava comemorando o seu aniversário naquele dia. Eu simplesmente não consegui tirar os olhos dele a noite inteira, fiquei hipnotizado pela forma com que ele ria, falava, gesticulava... enfim, eu estava encantado; Chegou um momento em que eu voltei pra realidade e lembrei que aquilo não poderia(nem deveria) acontecer, então tentei seguir com a noite sem prestar atenção no que eu tanto queria(apesar de ter falhado nisso).

 Manhã seguinte: domingo. Acordei um pouco depois do horário do almoço e corri pra internet, e ao abrir a primeira página de uma rede social, me deparei com um convite de amizade; Era o tal rapaz(vou chamá-lo de "U", e depois explico a razão), tremi por dentro, aceitei, e logo veio a mensagem. Começamos  a conversar, trocamos MSN, até que ele me fez um convite: me chamou pra ir ao cinema no dia seguinte, e ainda disse que me buscaria no colégio. O questionei sobre o "relacionamento" com o meu conhecido, e ele disse que não passou de uma noite. Acreditei e segui com a conversa.

 Dia seguinte: Era uma segunda feira qualquer, tirando o fato de eu estar mais impaciente do que nunca e suando frio dentro do colégio. Eu acho que nunca havia ficado tão ansioso pra que acabasse a última aula. O sinal finalmente bateu, fiz hora dentro do colégio na tentativa de criar coragem pra sair e encontrá-lo, até que o fiz. Assim que coloquei os pés pra fora o avistei na esquina, me olhando com um sorriso(lindo, por sinal) no rosto, fui até ele e seguimos para o cinema; Nesse momento me senti voltando à infância(apesar de ter acabado de sair dela), eu estava sentado em pânico naquela cadeira vermelha, com as mãos suando frio e quase pirando, até que ele me abraçou. Foi cômico o quanto eu me senti bem ali entre aqueles braços; E achando que não poderia melhorar, as luzes se apagaram, e ele me beijou. Lembro como se fosse hoje!


- A partir daqui irei abreviar a história, e se você leu até aqui, por favor, continue. (: -

 Depois desse encontro, houveram outros, cada vez mais intensos e íntimos. Eu estava ficando louco, nunca havia visto tanta luz em alguém; Nunca havia sentido um sentimento tão forte. Minha vida passou a se moldar à ele; Eu fazia de tudo pra estar onde e quando ele queria, fazia de tudo pra estar na presença dele, e pra tentar me tornar tão especial pra ele, quanto ele era pra mim. Aprendi a sentir ciúmes e a me controlar, aprendi que nem todo mundo que me rodeava me queria bem, e finalmente, conheci o sentimento de perda.

 Era uma manhã-pós-balada quando estávamos em uma praça conversando e um conhecido meu passou e nos viu juntos. Logo em seguida recebi uma mensagem da minha mãe, dizendo que havia descoberto tudo. Cheguei em casa pra conversar, e só consegui ter mais certeza de que, a cada palavra, mais longe ele ficava de mim. Esse era o início do fim da melhor coisa que eu já havia vivido... Daí pra frente não aconteceram muitas coisas, pois fui obrigado a cortar todo e qualquer contato, até que um dia me dei conta de que tudo havia acabado.

 Me senti sem chão, mas em seguida fui induzido a procurar uma fonte alternativa de conforto, mesmo nunca o tendo esquecido... 

- Dias atuais -

 Finalmente ganhei a minha liberdade, finalmente estava disponível para viver, e mesmo assim, continuei sem conseguir esquecê-lo por 1 dia sequer. Não me recordo como, mas voltamos a nos falar quase que por acidente, e então eu tive novamente aquele misto de sentimentos dentro de mim. Me sentia feliz por tê-lo de novo ali "ao meu alcance", e ao mesmo tempo me sentia mal por saber que agora ele era de outro, ele amava a outro, mesmo insistindo em dizer que eu "sempre seria eu", que era importante pra ele.

 Tudo isso se desenrolou em mais ou menos quatro anos, até que chegou o momento em que ele(por motivos de "força maior") resolveu me esquecer, e me deletou de sua vida.

 Eu neguei até a morte, mas sofri; E sofri MUITO ao ver explicito ali o quanto eu havia sido só mais um na vida dele. Sabe, entendo os seus motivos, mas não acho que eu não tenha o direito de sofrer por saber que cheguei ao ponto de terminar um relacionamento por alguém que me via como um nada.

 Até pouco tempo atrás eu me sentia balançado quando lembrava dessa história, e por mais que o meu coração tenha sido habitado por outras pessoas nesse meio tempo, eu sempre mantive intacto o lugar dele. Digo isso sem medo nem vergonha, porque é passado. E eu não digo isso como quem quer sair de cabeça erguida da situação, digo do fundo do meu ser. Cada dia mais eu percebo que tudo não passou de uma fantasia criada na cabeça de um jovem e inexperiente garoto que acreditava em qualquer meia-dúzia de palavras bonitas; Alguém que sonhou sozinho.

 Escolhi usar a letra "U" para nomeá-lo, porque no final das contas, ele foi só mais "Um"; Não só mais um que eu usei o corpo, mas só mais um que cultivou sentimentos em mim para em seguida deixá-los morrer; Só mais um que me teve nas mãos apenas para usar como um step, uma segunda opção; Só mais um que me provou o quanto eu preciso estar na defensiva, caso queira continuar vivo por dentro.

 Não é com um sorriso no rosto que eu escrevo essas palavas; Gostaria que a história tivesse sido outra, mas me sinto orgulhoso por ter aprendido a aceitar e a superar, e por conseguir lembrar disso sem derramar uma lágrima sequer.


"Não importa o que aconteça, você vai ser meu par. Você é assim pra mim, meu início, meio, e fim."




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