quinta-feira, 6 de março de 2014

Como Incenso a Céu Aberto

 Sempre tive anseios mornos, sempre me senti aconchegado no simples, sempre precisei de pouco; Talvez por medo das correntes contrárias, durante anos insisti em reverter a minha consciência a ponto de declarar a mim que não aceitaria menos do mundo. Mas ao mesmo tempo, estava declarando que aceitaria menos de mim. 

 De quanto eu preciso pra ser feliz? Quanto precisarei afirmar(e reafirmar) a minha felicidade e sucesso para que finalmente ache válido ter consumido tanto oxigênio nesses 19 anos? Pouco, muito pouco. 

 Eu percebi que o muito muda as pessoas, o muito, as vezes, é demais. No meu caso, sempre. É simples e orgânico o processo que me afasta do grandioso. Minha natureza é abstrata como um mosaico multi color, porém as minhas cores não variam de tom. Sou contínuo e simples, porque assim a minha essência é mantida em uma dose concentrada; Em contraponto a calmaria, não aprecio coisas diluídas.

 Deixar se levar e desperdiçar sua essência na tentativa louca e mecânica de conseguir o muito, é como ser um incenso a céu aberto; É sabido que tal fumaça traz consigo um incrível perfume, mas por causa das correntes excessivas(e agressivas), não pode-se contemplar toda a sua magia. Talvez a única forma de felicidade resida na capacidade de sentir o que se está exalando.

 Me sinto próximo de mim em locais que não me permitem ser maior. Me sinto seguro no meu próprio útero. Me sinto como se ainda fosse uma criança sendo cuidada, longe de riscos. Talvez eu seja pouco.

Um comentário:

Algo de construtivo, por favor...