Fico realmente impressionado com a capacidade que algumas pessoas tem de serem previsíveis, elas sabem exatamente como irão reagir em determinadas situações, e eu simplesmente não consigo ser assim. É estranho não ser previsível nem pra mim mesmo, não estou dizendo que eu não me conheço muito bem, é justamente o fato de me conhecer muito bem que me faz ter a certeza que eu estou em uma infinita metamorfose, eu sou como um pássaro solto, prefiro não me prender a nenhum tipo de definição.
Eu tô aprendendo a gostar disso em mim, ser totalmente indefinido me proporciona uma liberdade sem limites; Eu não preciso defender um lado certo de uma história, não preciso sequer definir o que é certo e o que é errado, nem isso eu consigo definir bem em mim. É realmente revigorante entender que é impossível me entender, dessa forma, nunca será monótono ser eu, sempre haverá alguma coisa pra ser descoberta, um pensamento a ser analisado e estudado nessa incessante tentativa de auto-conhecimento.
Uma hora eu estou reggae, outra hora estou rock, e dez segundos depois estou bossa nova. Acho que é essa a chave do segredo da minha vida, eu sempre estou, eu nunca sou. O sentido de ser é incômodo e limitante demais pra mim, dizer que se é alguma coisa, te limita a ser simplesmente aquilo, pra sempre. Prefiro não dizer que eu "sou alguma coisa", prefiro dizer que "estou alguma coisa". O sentido da palavra 'estar' é bem mais liberal, e é isso que eu mais valorizo na vida: liberdade. Eu preciso ser livre pra estar o que eu quizer, no momento em que achar agradável estar daquela forma.
Espero nunca chegar ao ponto em que serei capaz de dizer quem eu sou, espero nunca ser alguma coisa. Espero ser livre pra mudar enquanto estiver vivo!
*Originalmente escrito em 01/05/2012
